AGROFLORESTA, E C O L O G I A e S O C I E D A D E
Este livro trata da construção de alternatividades vivenciadas por
agricultores e agricultoras ligados à Cooperafloresta, uma organização que
reúne famílias rurais dos municípios de Barra do Turvo, em São Paulo,
Adrianópolis e Bocaiúva do Sul, no Paraná, na região do Vale do Ribeira,
fronteiriça entre os dois estados.
Ali está em curso uma experiência agroecológica de produção
agroflorestal, pela qual esses homens e mulheres enfrentaram problemas
ecológicos e sociais, cuja magnitude ameaçava a sua própria reprodução
social como agricultores e a de sua natureza próxima (JOLLIVET, 1999) – a
terra em que vivem, sua disponibilidade de água, a qualidade do solo, ou
seja, a base material de sua existência.
Em sua parte do mundo, receberam pessoas de fora que lhes trouxeram
ideias e propostas de mudança. Interagindo com essas ideias, iniciaram o
caminho de transformação de suas relações com a natureza e com outros
homens e mulheres. Foram alçados a patamares extralocais de vivência ao se
inserirem em redes regionais como a Rede Ecovida de Agroecologia que, por
sua vez, os vinculou a outras redes nacionais e internacionais. Participaram de
encontros em que trocaram conhecimentos e construíram laços de identidade
com muitos que também se viram em situações-limite e procuraram gestar o
inédito viável nas suas trajetórias. Em redes, começaram a se inserir em uma
incipiente e intermitente globalização alternativa (SOUSA SANTOS, 2005).
A percepção da riqueza dessa experiência levou muitos a visitá-la e a
querer participar dela, seja como técnicos, colaboradores e pesquisadores.
Os trabalhos aqui reunidos foram realizados por um grupo de técnicos
e pesquisadores de órgãos de pesquisa e de universidades públicas – destas,
professores e estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Compartilhando
o interesse despertado pelos processos em curso na Cooperafloresta,
empreenderam, em conjunto com agricultores e agricultoras, estudos sobre
distintas dimensões de tais processos. Como eram muitos e tinham em comum
a intenção de ser também colaboradores dos agricultores, organizaram-se
para discutir algumas prioridades de pesquisa para a associação e seus
membros. Procuraram articulá-las aos seus próprios interesses mais gerais,
dados pelas suas formações e inserções profissionais, institucionais e
políticas. Foi um esforço coletivo de produção de conhecimento. Envolveu a
construção de um diálogo de saberes com as comunidades e um encontro
entre diferentes disciplinas.
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